"Flor, Telefone, Moça"

"Não, não é conto. Sou apenas um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando. Naquele dia escutei, certamente porque era a amiga quem falava, e é doce ouvir os amigos, ainda quando não falem, porque amigo tem o dom de se fazer compreender até sem sinais. Até sem olhos..." (Carlos Drummmond de Andrade)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vende-se uma geladeira!


O telefone tocou diversas vezes.
A voz do outro lado:
_ Você quem está vendendo uma geladeira?
_ Sim! Está muito conservada!
_ Quanto custa?
_ 300 reais.
_ Ok. E desligou.
E foi assim o dia todo... vários dias!
Bendita geladeira!
Hoje o telefone tocou de novo. Do outro lado uma moça pergunta:
_ É da padaria?
_ Não, do cemitério!
A moça assustada:
_ Nossa...
E desliguei o telefone, já sem paciência por falar tantas vezes da geladeira.
O telefone tocou novamente, dessa vez minha mãe atendeu. Era a moça.
_ Jesus te ama!
_ É da padaria?
_  Não!
Ela acreditou que era do cemitério.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Adendo...


Hoje eu tive uma porção de saudade...  saudade em porção. Não obrigada! Sinalizei com a cabeça. Era a saudade do que não é meu... 
Pensei na lembrança, veio a nostalgia e preferi não pensar em nada:
saudade
            lembrança
                           nostalgia
não penso, me lanço. Sei. O final começa no início.
O ouvir é ouro! Bem aventurados sejam: só ouve a saudade quem da saudade é refém. Queria ouvir só o que me interessa... e se eu me afastar?
Ah saudade. Aquele beijo...
Apaguem minhas lembranças, não quero morrer de nostalgia!